Quantas vezes, fingimos estar tudo bem.
Quantas vezes não querendo inquietar nos calamos.
Ficamos sofrendo por dentro.
Ficamos encobrindo amarguras.
Para não sermos sobrecarga.
Quantas vezes, acompanhados, estamos sós...
... tão sós.
Quantas vezes gerimos o "pouco" que temos.
Tantas vezes , muitas vezes, quase sempre...
enfim...
peregrina2010.01.15
asinhas brancas
Casinhas brancas por fora,
por dentro - tristes, escuras.
Ai de quem ri de quem canta,
para encobrir amarguras...
Verdes heras nas paredes,
na arca - míngua de pão.
E não parece, não vedes?
- Quem lá mora é pobrezinho
mas tem sua presunção...
Rubros cravos à janela,
no lar, - nem cibo de lenha.
Olhai esta, vinde vê-la
- que sou eu cantando e rindo
como quem mágoas não tenha...
... casinhas brancas por fora!
Nunca o mundo saberá
quando nalgumas se chora
e, como nelas não entra,
o luto que em muitas há..."
tirado dum almanaque antigo - (do livro inédito "Vinte anos"=
Pimentel Caxide)