O desafio dos nossos dias...

24
Mar 11

 

 

Pergunto ao vento que passa

notícias do meu país

e o vento cala a desgraça

o vento nada me diz.

 

Pergunto aos rios que levam

tanto sonho à flor das águas

e os rios não me sossegam

levam sonhos deixam mágoas.

 

Levam sonhos deiam mágoas

ai rios do meu país

minha pátria à flor das águas

para onde vais? ninguém diz.

 

 ninguém diz?!

 ninguém diz?!

 ninguém diz?!

 

se o verde trevo desfolhas

pede notícias e diz

ao trevo de quatro folhas

que morro por meu país.

 

Pergunto à gente que passa

por que vai de olhos no chão.

Silêncio -- é tudo o que tem

quem vive na servidão.

 

Vi florir os verdes ramos

direitos e ao céu voltados.

E a quem gosta de ter amos

vi sempre os ombros curvados.

 

E o vento não me diz nada

ninguém diz nada de novo.

Vi minha pátria pregada

nos braços em cruz do povo.

 

vi minha pátria na margem

dos rios que vão pró mar

como quem ama a viagem

mas tem sempre de ficar.

 

Vi navios a partir

(minha pátria à flor das águas)

vi minha pátria florir

(verdes folhas verdes águas).

 

Há quem te queira ignorada

e fale pátria em teu nome.

 

Eu vi-te crucificada

nos braços negros da fome.

 

E o vento não me diz nada

só o silêncio persiste.

Vi minha pátria parada

à beira de um rio triste.

 

Ninguém diz nada de novo!!!!!

 

se notícias vou pedindo

nas mãos vazias do povo

vi minha pátria florindo.

 

E a noite cresce por dentro

dos homens do meu país.

Peço notícias ao vento

e o vento nada me diz.

 

Quatro folhas tem o trevo

liberdade quatro sílabas.

Não sabem ler é verdade

aqueles p'ra quem eu escrevo.

 

Mas há sempre uma candeia

dentro da própria desgraça

há sempre alguém que semeia

canções no vento que passa.

 

Mesmo na noite mais triste

em tempo de servidão

há sempre alguém que resiste

há sempre alguém que diz não.

 

Manuel Alegre

publicado por emcontratempo às 12:28

 a samaritana (Jo 4, 4-30)

net
 
Dos amores do redentor
não reza a história Sagrada
mas diz uma lenda encantada
que o Bom Jesus sofreu de amor.
 
Sofreu consigo e calou
Sua paixão divinal
assim como qualauer mortal
um dia de amor palpitou.
 
Samaritana, plebeia de Cicár
alguém espreitando te viu Jesus beijar
de tarde quando foste encontrá-Lo só
morto de sede junto a fonte de Jacob.
 
E tu risonha acolheste
o beijo que te encantou
serena empalideceste
e Jesus Cristo corou.
 
Corou por ver quanta luz
irradiava da tua fronte
quando disseste "Oh meu Jesus
que bem eu fiz, Senhor em vir à fonte"
 
letra e música: Eduardo Bettencourt
publicado por emcontratempo às 12:17

Março 2011
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3
4
5

6
7
8
9
12

13
14
19

20
23
25

27
31


Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

subscrever feeds
mais sobre mim
pesquisar
 
blogs SAPO