Desencanto
No meu jardim de Sonho e de Quimera,
eu quisera colher, para oferecer-te,
em alegre manhã de Primavera,
uma rósea ilusão, para encantar-te!
Foi vão o meu esforço... considera:
Procurei sem descanso e em toda a parte,
mas eis, que encontro, apenas folhas de hera,
cobrindo as ruínas do meu sonho.
Poupar-te tanto dano... quem me dera...
Que triste o desencanto que me invade...
O meu jardim é agora uma tapéra,
batido pelo sol da realidade...
Nele brotou! Cresceu! e impera:
Em vez de uma ilusão... uma saudade!...
Lisette Villar de Lucena Tacla
(poeta brasileira)
(Poema tirado de um almanaque antigo que me havia dado a senhora Leonorzinha Cristiano)
E não sei porquê, andando à busca de nomes para a minha primeira menina, escolhi o da poeta.
Daí que guardei o poema.