NUNES DA ROSA(1871 – 1946)
Filho de Francisco Nunes da Rosa e de Ana Margarida Nunes, naturais da Madalena, Ilha do Pico - Açores, o Padre Nunes da Rosa nasceu em Rio Vista, na Califórnia, aos 22 de Fevereiro de 1871. Faleceu a 13 de Setembro de 1946 nas Bandeiras – Pico – Açores.
Frequentou o Liceu da Horta e o Seminário de Angra do Heroísmo, tendo-se ordenado em 1893.
Paroquiou, inicialmente, na freguesia do Mosteiro da ilha das Flores onde escreveu “Pastorais do Mosteiro” que O Telégrafo editou em 1904.
Jornalista de mérito, contista de projecção nacional, Nunes da Rosa foi figura de destaque, homem de saber e de eloquência que brilhou em diversos sectores sociais. Tem dispersos inúmeros trabalhos em jornais e revistas a que deu valiosa colaboração ou dos quais foi fundador e orientador ou até mesmo director, como “A Voz”, “O Picaroto”, “A Ordem” e “Sinos d’Aldeia”, estes últimos editados e compostos em tipografia própria que instalou na freguesia de Bandeiras, Pico.
Durante cinquenta anos (de Agosto de1896 aSetembro de 1946) paroquiou na freguesia das Bandeiras onde exerceu uma actividade sócio-religiosa deveras invulgar. Ali escreveu e publicou o valioso livro de contos “Gente das Ilhas”.
As câmaras municipais do Triângulo, com excepção das Lajes do Pico, editaram posteriormente (1988) contos e outros textos literários de Nunes da Rosa, que se encontravam dispersos em jornais da Horta, num volume organizado pelo Dr. Carlos Lobão.
O seu estilo literário, escorreito e cuidado, fizeram dele um dos mais apreciados contistas da época e alguns dos seus textos foram incluídos nas selectas literárias para estudo da língua portuguesa nos liceus.
Foi ouvidor da Madalena e integrou , por muitos anos, o corpo administrativo do concelho. Reconhecido orador sacro, brilhou em todos os sectores culturais que vigoraram na sociedade do seu tempo. D. Manuel II nomeou-o, com toda a distinção, Capelão Fidalgo da sua Real Casa, em Agosto de 1908.
De Nunes da Rosa existem, ainda dispersos, inúmeros textos de extraordinário valor literário, nomeadamente contos e crónicas. O seu trabalho de maior fôlego seria o romance intitulado “Casas Brancas” que o escritor levou consigo para Lisboa a fim de entregá-lo a uma editora da capital quando, já numa fase terminal da sua vida, procurava cura para a doença que o havia de vitimar. Desse valioso escrito foram publicados alguns extractos no jornal “A Ordem” mas o seu original nunca mais seria encontrado.
Nota - Este trabalho de investigação é da autoria de ALBINO TERRA GARCIA, Bandeiras - Pico