O desafio dos nossos dias...

02
Out 10

 

Eu sou uma desgraçada,

no Mundo não tenho nada,

o meu conforto acabou.

É bem triste a minha vida,

eu sei bem que estou perdida

e a minha mãe me faltou.

 

Com este golpe tão profundo,

para que vim eu ao mundo,

padecer sem ter ninguém.

Pai Celeste vela por mim,

não posso viver assim,

leva-me para minha mãe.

 

Tens quem vele por tua vida,

não chores ó filha querida,

sinto bem a tua dor.

Como é triste a orfandade

e quando na tua idade,

um verdadeiro horror.

 

Também conhecia voz latente

que me acarinha fortemente

tua mãe falta me fez

quanto é grande a minha dor

tua mãe, ó meu amor,

deixou-me na viuvez.

 

Vamos correndo a nossa sorte,

não falemos mais na morte

daquela que eu tanto amava.

Como foi é que eu não sei

e mesmo nunca pensei

que tão cedo nos deixava.

 

E mesmo nesta orfandade

e na maior humildade

de quem conforto não tem,

ainda me resta um aizinho

que me afaga com carinho

fingindo a minha mãe.

 

Somos ambos desgraçados

a cumprir os tristes fados

que a sorte nos destinou.

Somos dois orfãos na vida,

gemendo a falta sentida

que esta santa nos deixou.

 

(versos escritos por minha mãe e que encontrei há pouco tempo, entre fotos e recordações dos meus pais.

Querida mãe, tinhas dezanove anos aquando do falecimento da minha querida avó Maria da Glória que infelizmente não conheci.

Hoje, volvidos tantos anos daqui vos envio um beijinho de luz.

Olhem, olhem aquelas estrelitas faíscando muídinho...

...é para vós que eternamente saudosa vos mando este beijiiiiiiinho e ...

do meu rosto, cá na terra caí silenciosa uma lágrima devagarinho,

como a acarinhar-me deste aí que solto e vaiiiiii........ neste beijinho.......)

publicado por emcontratempo às 23:07

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