Abeirei-me de ti,
oh mar~~~~~~
um dia destinei ouvir-te,
oh mar~~~~~
calar-te no meu silêncio,
oh mar~~~~~
falaste-me da pureza
das tuas águas...
da grandeza dos teus tentáculos...
da beleza inconfundível da tua cor,
esse azul marinho ... esse azul cor do céu...
esse e esse azul natural...
da imensidão profunda dos abismos,
que escondes...
e, chorei, chorámos...
pelos tantos...
e tantos que tiveram em ti, o último embalo.
e ri, rimos...
pelos tantos...
que tiveram e tem em ti o sustento.
e, oh mar ~~~~~
deixa que te diga,
e o dolente cantar da maré
na tarde que caí,
na brisa que vai...
e aquela gaivota,
oh mar ~~~~~
que se passeia,
e se deixa espelhar
oh mar ~~~~~
na tua mansidão...
e aquela onda mansa
que se estanha junto à rocha,
e o meu olhar preso...
sim, oh mar ~~~~~
pairando nesta solidão.
peregrina 2011.10.05