"Agora e Sempre"
Vai-se, a pouco, esgarçando o nevoeiro,
que adensava a maldade sobre a terra:
- Crimes, traições, sanguinolentas guerras,
destroços fumegantes de braseiro.
Varrem-se campos, onde o horror cimeiro
desvendou a vitória - quanto encerra
satânico raivor, que nada emperra
no humano coração, sem Deus luzeiro.
Vingança? - Nada vale. - O novo crime,
o pranto enxugará da nova dor?
Antes perdão que salva e que redime.
Nova lei, Mundo Novo, anda o Inferno
gritando às multidões. E, Vós Senhor,
do Sinai repetis: - Eu sou o Eterno
Ilha da Madeira, 1945
Padre António da Silva Figueira
(mais um poema tirado de um almanaque já muito velhinho que me deram)