"A vida é sempre curta. O que é preciso é que a gente viva com dignidade e deixe uma memória simpática do que fez. Sobretudo as pessoas vivem no coração dos seus amigos."
Mário Soares
"A vida é sempre curta. O que é preciso é que a gente viva com dignidade e deixe uma memória simpática do que fez. Sobretudo as pessoas vivem no coração dos seus amigos."
Mário Soares
Eu sou uma desgraçada,
no Mundo não tenho nada,
o meu conforto acabou.
É bem triste a minha vida,
eu sei bem que estou perdida
e a minha mãe me faltou.
Com este golpe tão profundo,
para que vim eu ao mundo,
padecer sem ter ninguém.
Pai Celeste vela por mim,
não posso viver assim,
leva-me para minha mãe.
Tens quem vele por tua vida,
não chores ó filha querida,
sinto bem a tua dor.
Como é triste a orfandade
e quando na tua idade,
um verdadeiro horror.
Também conhecia voz latente
que me acarinha fortemente
tua mãe falta me fez
quanto é grande a minha dor
tua mãe, ó meu amor,
deixou-me na viuvez.
Vamos correndo a nossa sorte,
não falemos mais na morte
daquela que eu tanto amava.
Como foi é que eu não sei
e mesmo nunca pensei
que tão cedo nos deixava.
E mesmo nesta orfandade
e na maior humildade
de quem conforto não tem,
ainda me resta um aizinho
que me afaga com carinho
fingindo a minha mãe.
Somos ambos desgraçados
a cumprir os tristes fados
que a sorte nos destinou.
Somos dois orfãos na vida,
gemendo a falta sentida
que esta santa nos deixou.
(versos escritos por minha mãe e que encontrei há pouco tempo, entre fotos e recordações dos meus pais.
Querida mãe, tinhas dezanove anos aquando do falecimento da minha querida avó Maria da Glória que infelizmente não conheci.
Hoje, volvidos tantos anos daqui vos envio um beijinho de luz.
Olhem, olhem aquelas estrelitas faíscando muídinho...
...é para vós que eternamente saudosa vos mando este beijiiiiiiinho e ...
do meu rosto, cá na terra caí silenciosa uma lágrima devagarinho,
como a acarinhar-me deste aí que solto e vaiiiiii........ neste beijinho.......)
Amigo,
capaz de mais pelos outros,
por vezes esqueceste-te muito de ti,
dos teus, no emaranhado da vida.
Faz hoje precisamente um ano
que foste, partiste,
deixas-te para trás muita dor.
Decerto levaste muita contigo.
Sofreste muita indiferença,
uma grande erva daninha
senão a maior da sociedade
fria e calculista de então.
Mas, ...
José,
também levaste alguma consolação
dos momentos melhores que viveste,
mesmo no teu último dia de vida ...
... e mais não digo,
só peço profundamente ao Senhor,
Paz à tua alma.
by peregrina (ao José Mezena)