Um apelo do Senhor a um maior desapego das coisas e um convite a um olhar mais alto, desprendamo-nos um pouco... cada dia...
"Não vos preocupeis, quanto à vossa vida, com o que haveis de comer, nem, quanto ao vosso corpo, com o que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento e o corpo mais do que o vestuário? Olhai para as aves do céu: não semeiam nem ceifam, nem recolhem em celeiros; o vosso Pai celeste as sustenta. Não valeis vós muito mais do que elas"
"Procurai primeiro o reino de Deus e a sua justiça, e tudo o mais vos será dado por acréscimo. Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, porque o dia de amanhã tratará das suas inquietações. A cada dia basta o seu cuidado."
Mt 6, 25-26 e 33-34
"Descalcei as sandálias,
Fechei a porta e entrei
Num lindo bosque de Outono
Deus me falou e eu rezei.
Descalcei as sandálias,
Pisei o grão que dá vida
Fiquei guardando a lição,
De cada folha caída.
No silêncio abri, meu coração como uma flor,
E pedi perdão por tanta falta de amor
Olhei para Jesus, Jesus também me olhou
E um olhar de amor sobre mim lançou.
No silêncio vi, uma nova luz
Lado a lado comigo caminhava Jesus
Na brisa suave, no pássaro a cantar
Entre as folhas caídas vi Jesus a andar.
No silêncio vi dissipar-se o medo
Ao ouvir de Deus o maior segredo:
“Aos meus olhos filho, tens um grande preço”
Faz da tua vida sempre um começo!"
Senhor,
eu Te peço perdão,
por tanta frieza,
tanta malícia,
tanto egoísmo,
tanta falta de amor!
Não toques na oliveira
que o seu fruto é sagrado
ilumina noite e dia
a Jesus Sacramentado.
(versos que minha mãe cantava, mais tarde percebi que eram dos Romeiros de S. Miguel,
não me recordo dos outros)
Para se reflectir...
"Eu pecador, me confesso:
de nem sempre saber sorrir,
de nem sempre saber ouvir,
de nem sempre saber compreender e ajudar.
Eu pecador, me confesso:
Porque não tenho cantado,
como devia, a beleza da vida,
a imensidade do amor de Deus,
o valor da fraternidade,
a importância da justiça e da Paz.
Eu pecador, me confesso:
Porque não tenho sido esperança,
porque não tenho semeado esperança,
porque não tenho gritado esperança."
(D. Manuel Martins, bispo Emérito de Setúbal)
Ontem foi Quarta-feira Cinzas
O primeiro dia da Quaresma
Encontrei esta nota na net e achei por bem partilhar.
Ontem para quem recebeu as cinzas nas suas paróquias decerto ouviu tudo isto pelos seus párocos, como eu ouvi também.
Mas para aqueles que não foram, por impossibilidade ou por opção, ao menos leiam e procurem interiorizar vivendo com mais profundidade cada dia deste percurso quaresmal.
"A imposição das Cinzas é um costume praticado na Igreja desde as suas origens.
Na tradição judia, o símbolo de rapar a cabeça e colocar as Cinzas manifestava o próprio arrependimento e a vontade de converter-se: as Cinzas são sinal da fragilidade do homem e da sua da vida.
No início do cristianismo impunha-se as Cinzas especialmente aos pecadores públicos.
A partir do século VIII impõe-se as Cinzas a todos os fiéis cristãos por ocasião da Quarta-feira de Cinzas.
Desde então as Cinzas obtêm-se ao queimar as palmas (em geral de oliveira) que foram abençoadas no último Domingo de Ramos.
As Cinzas são impostas pelo Sacerdote ou ministro da comunhão na fronte do fiel, fazendo a sinal da cruz com elas, e pronunciando o ministro da comunhão ao mesmo tempo a frase do evangelho de S. Marcos:
Começar a Quaresma de mãos abertas
Não Guarde mágoas, guarde lembranças;
Não chore lembranças, recorde alegrias;
Não viva do passado, aproveite o presente;
Não fuja do agora, prepare o amanhã;
Você pode e deve escolher o roteiro da sua vida.
Apague o que já passou e não retorna mais;
Refaça o seu acervo de lembranças;
As más, relegue ao esquecimento;
Às boas, dê ainda mais brilho;
Faça a dieta da alegria:
Um sorriso a cada manhã;
Um agradecimento ao final do dia."
(autor Noelson Paim)